Transmissão local é questão de tempo: David Uip, diretor do Emílio Ribas, diz que não há motivo para pânico, mas sim para precaução - O Brasil corre grande risco de chegar ao estágio de transmissão sustentada do vírus da gripe suína, avalia David Uip, diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ligado à Secretaria Estadual da Saúde. Neste estágio, o vírus da nova gripe (H1N1) passaria a circular livremente no Brasil e poderiam ocorrer contaminações sem vínculo com viagens ao exterior ou pessoas que contraíram a doença em outros países.“É muito provável que isso ocorra”, afirmou o médico ontem, em entrevista concedida por telefone ao JT. “Não chegamos a esse estágio ainda e estamos fazendo de tudo para evitá-lo, mas pode ser uma questão de tempo.”
Segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado na última sexta, em apenas sete países a transmissão do vírus já é considerada sustentada (veja ao lado). “Com base nos dados mais recentes de que dispomos, podemos afirmar que não há transmissão sustentada no País”, pondera Uip. “Apenas poderemos fazer essa nova constatação caso os novos dados levantados pelo Ministério da Saúde mostrem isso. Por ora, não chegamos a esse quadro.”
De acordo com o infectologista, o ministério e os demais órgãos responsáveis pelo controle da doença estão adotando todas as precauções necessárias para que conter a transmissão do vírus H1N1 e evitar novas contaminações. “Mas, como estamos no inverno, época em que as pessoas se aglomeram e a possibilidade de transmissão do vírus se amplia, fica mais difícil evitar que a gripe se espalhe”, admite o médico.
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