quarta-feira, julho 8

Jornal O Estado de SP em PDF, Quarta, 08 de Julho de 2009

Posted by kotonette 06:45, under | No comments

Funeral-show emociona público: Homenagem a Michael Jackson trouxe canções tocantes e discursos variados, do descontraído ao incisivo. Tinha tudo para ser piegas, precário, de baixa qualidade artística, exagerado, falso. A glorificação pela morte. A beatificação pela imagem. A idolatria pelo dinheiro. Puxação de saco em efeito cascata. Rajada de metralhadora de babação de ovo. Mas o derradeiro tributo ao Rei do Pop, Michael Jackson, durante duas horas e meia, no Staples Center de Los Angeles, foi uma das mais tocantes homenagens a um herói perdido. Quem não aceitou cantar lá vai se arrepender: perdeu a chance de ajudar a colocar os pingos nos is em um dos maiores fenômenos da cultura pop.

Nenhum discurso foi repetitivo. Todos foram emocionantes, engraçados, doces ou incisivos. Nenhum número foi extemporâneo, todos com um timing perfeito. Começou às 10h11, com um pronunciamento de Smokey Robinson, a voz do soul americano, com suas piadas e os olhos azuis contrastando com a pele negra.

Mas foi Berry Gordy, o homem que inventou a Motown, a fábrica de música negra dos anos 1960, quem definiu o lugar, o tempo e o espaço de Michael Jackson na música contemporânea. "Eu o conheci quando tinha 10 anos. Michael tinha uma qualidade que eu não conseguia entender perfeitamente", confessou Gordy, que gravou os primeiros discos dos Jackson Five e disse que a vida no mundo fonográfico da época era hipercompetitiva, o que obrigava a certos expedientes, a fórmulas.

Algum tempo mais tarde, quando pôde assistir de camarote à escalada da carreira solo de Michael, ficou prostrado. "Quando eu vi aquele ícone que era o moonwalk, fiquei em choque. Aquilo era mágico. Entendi que Michael gostava de criar aquilo que nunca tinha sido criado antes. Acho que Rei do Pop não é suficiente para defini-lo. Ele é simplesmente o maior entertainer que já viveu."

Queen Latifah foi outra que conseguiu entender a multiculturalidade do discurso corporal e estético de Michael Jackson. "Ele nos fez ver que há outro mundo além da América", disse. "Agora nós sabemos que não sabemos nada."

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