terça-feira, janeiro 19

Jornal O Estado de SP em PDF, Terça, 19 de Janeiro de 2010

Posted by kotonette 08:39, under | No comments

Desorganização impede que socorro chegue a haitianos:
Violência cresce e ONU adverte que só recebeu 9% dos recursos anunciados - A polícia haitiana e as forças da ONU perderam ontem o controle sobre os saqueadores e criminosos em Porto Príncipe. O que antes eram dezenas de pessoas transformou-se ontem em ondas de centenas, talvez milhares, arrancando dos escombros das lojas tudo o que podiam, enquanto gangues armadas voltaram a ocupar território na Cité Soleil e em outras favelas da capital - num retrocesso de vários anos, desde que as forças da ONU, sob o comando brasileiro, conseguiram a duras penas debelá-las, em 2006. O principal foco da ação dos saqueadores é o cruzamento da Grande Rue com a Rue de la Fontfort, onde fica o antigo Mercado de Ferro, um prédio com forma de estação de trem, cuja estrutura metálica foi arrancada de seu alicerce pelo terremoto de terça-feira. Crianças, jovens, adultos, velhos, homens e mulheres vasculhavam as lojas à procura de qualquer coisa - alimentos, produtos higiênicos, cosméticos, ferragens, material de escritório - antes à venda no centro comercial.


Do alto de um prédio, alguns homens jogavam caixas pela janela, que eram agarradas pela multidão na rua. Centenas de pessoas se esgueiravam entre os escombros, pisando sobre os instáveis blocos de concreto, amontoados sobre cadáveres, que exalam um forte cheiro. Até mesmo em um prédio pegando fogo alguns mais ousados desviavam das chamas à cata de algo de valor. Os saqueadores chegavam com sacos, caixas e até malas para o transporte do que encontrassem.

Homens com pedaços de pau atacavam os saqueadores que reuniam os produtos mais atraentes, que por sua vez se juntavam e enfrentavam, desarmados, os assaltantes. Em geral, os saqueadores andavam em grupos de parentes e amigos. Caminhonetes com rapazes na carroceria passavam a toda velocidade pela Grande Rue, a principal avenida comercial do centro, buzinando e brandindo pedaços de pau.

Cerca de 20 policiais haitianos circulavam em caminhonetes, assistindo, impotentes. O terremoto, que segundo se estima pode ter matado 200 mil pessoas, reduziu pela metade o contingente da polícia. Quando os conflitos entre assaltantes e saqueadores se tornavam mais violentos, os policiais davam tiros para o alto com espingardas calibre 12. Os disparos faziam a multidão dispersar-se por alguns instantes, mas em seguida a atividade era retomada. Para os mais renitentes, eles apontavam as armas. Duas pessoas foram mortas a tiros no local, no domingo.

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