Flanelinhas dominam as ruas de balada em São Paulo e cobram valores semelhantes aos dos estacionamentos particulares. Eles intimidam os motoristas a fazer pagamento adiantado de até R$ 16 em áreas nobres. Quem se recusa a atender a exigência, na volta, encontra um pneu furado e riscos na pintura do carro. Se o motorista for mulher, a intimidação é maior (leia texto abaixo). Muitos usam cones para demarcar as vagas.Nesta semana e na passada, o Jornal da Tarde percorreu regiões da cidade com concentração de bares e casas noturnas e flagrou guardadores de carro agressivos. Em uma das noites, próximo à casa noturna Milo Garage, na Rua Minas Gerais, na região central, um motorista discutia com o flanelinha que exigia R$ 8 para liberar uma vaga na rua. A 100 metros de lá, um estacionamento cobra R$ 10. “Prefiro não pagar. Vou embora desse lugar horrível, sem fiscalização”, gritava o rapaz. O mesmo ocorre na Vila Olímpia (zona sul), Vila Madalena (oeste), Av. Luiz Dumont Villares (norte) e Praça Silvio Romero, Tatuapé (leste) (veja exemplos ao lado).
O músico Adalberto Donato, de 22 anos, costuma ir à Vila Madalena, na zona oeste. “Perto do bar Morrison a média para estacionar na rua é R$ 15. “Eu acabo pagando porque os flanelinhas ocupam até as vagas de lojas fechadas. Não existem vagas e, ou você paga, ou não sai na rua.” Ele diz que, na Vila Mariana, na zona sul, o problema também existe. “Lá, também já vi cobrança de R$ 16 em plena rua de barzinhos”, afirma.
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