sábado, dezembro 12

Jornal O Estado de SP em PDF, Sábado, 12 de Dezembro de 2009

Posted by kotonette 09:13, under | No comments

Arruda cria esquema igual ao 'valerioduto': Produtora da campanha de 2006 recebe dinheiro de contratadas oficiais - O governo do Distrito Federal abasteceu nos últimos três anos, sem licitação, com pelo menos R$ 14,4 milhões, uma produtora que fez programas para o diretório do DEM em Brasília e cuidou da campanha do governador José Roberto Arruda em 2006. A forma de pagamento se assemelha ao esquema conhecido como "valerioduto", no qual empresas-mãe com grandes contratos com o governo repassavam dinheiro a integrantes do grupo político mediante subcontratações.
O dinheiro cai primeiro na conta das empresas contratadas oficialmente para cuidar da publicidade do DF. Depois, é transferido para a AB Produções, do empresário Abdon Bucar. Esse repasse não aparece nas notas de empenho. Surge apenas em ordens bancárias, que chegam a ultrapassar R$ 200 mil por serviço prestado. Arruda é acusado pelo Ministério Público de comandar o "mensalão do DEM", suposto esquema de pagamento de mesadas a políticos aliados e de captação de propina com empresas fornecedoras do governo local.


Num encontro em 2006 com Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda, Bucar admite que fez acordo para receber por caixa 2 na campanha. Na conversa, gravada em vídeo por Barbosa, o dono da AB Produções reclama de um contrato não honrado de R$ 750 mil "com o PFL" - nome antigo do DEM - e de R$ 1 milhão que teria caído em sua conta sem explicação. Chega a falar em "esquentar" nota fiscal, expressão usada para "legalizar" dinheiro não declarado.

Meses depois desse encontro, Arruda já era governador. No dia 23 de março de 2007, a AB Produções recebeu R$ 417 mil dos cofres do governo. O dinheiro foi repassado pela RC Comunicação, uma das três empresas que detinham contrato de publicidade. Naquele ano, R$ 3,5 milhões foram transferidos à AB, com a contribuição da Stylus Comunicação e da Branez, segundo levantamento da assessoria do deputado Chico Leite (PT), a pedido do Estado, no sistema de despesas do governo.

Em depoimento à Polícia Federal, Barbosa disse que a AB Produções foi quem alugou a chamada "Casa dos Artistas", o QG da campanha de Arruda em Brasília, onde eram produzidos programas eleitorais. Segundo Barbosa, que confessou o esquema em troca de delação premiada, R$ 12 milhões foram gastos na casa.

Em 2008, no segundo ano da gestão de Arruda, a publicidade do governo passou para as mãos de outras três empresas: AV Comunicação, Agnelo Pacheco e Dupla Criação. A prática de "subcontratar" a AB Produções continuou. Juntas, repassaram R$ 4,5 milhões para a empresa de Abdon Bucar.

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