domingo, agosto 1

Jornal O Estado de SP em PDF, Domingo, 01 de Agosto de 2010

Posted by kotonette 11:03, under | No comments

Parcela do Tesouro nos empréstimos do BNDES cresce 566% em oito anos: SÃO PAULO - Antônio Delfim Netto, 82 anos, é um dos economistas mais ouvidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele está preocupado com o déficit em conta corrente e culpa o câmbio forte. "O Brasil está levando isso na flauta", diz. Na semana passada, o Banco Central anunciou que as transações do País com o exterior ficaram negativas em US$ 23,8 bilhões no primeiro semestre – valor próximo ao registrado em todo o ano anterior. Para o "czar" da economia na ditadura militar, época do ‘milagre econômico’, o governo é "ineficiente, gastador, e está apropriado por uma burocracia sindical que vive nas suas tetas". Para resolver o problema, defende que as despesas de custeio da máquina pública cresçam abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) por 10 anos.

O economista apoia o papel indutor do BNDES, mas afirma ser evidente que houve um subsídio do Tesouro nos empréstimos ao banco, que precisa ser colocado no orçamento. Delfim não acredita que todos os investimentos previstos em infraestrutura, Copa e Olimpíada vão sair do papel. "É uma conta que não cabe dentro do PIB". A seguir, trechos da entrevista ao Estado.

Quais são os principais desafios da economia no próximo governo?

O Brasil está hoje em uma situação muito melhor que no passado recente. Por que a partir de 2003 a coisa mudou? Porque o mundo entrou em expansão. O Brasil ligou seu plugue ao mundo e, de repente, um país que tinha problemas permanentes de financiamento de contas correntes se transformou em credor do FMI. A expansão brasileira não tem nada de especial. E isso medimos pela proporção da exportação em relação ao mundo, que continua perto de 1%. O Brasil nunca fez esforço exportador e continua com uma política cambial devastadora. O País sempre teve dois problemas que abortavam o crescimento: energia e déficit em contas correntes. A oferta de energia está crescendo 4,5% a 5% ao ano, suficiente para uma nação que precisa crescer entre 5% e 6% ao ano. Já o déficit em conta corrente está se restabelecendo e nós estamos levando isso na flauta. Estamos brincando, fingindo que não tem importância. Tem, sim. A história mostra que déficit em conta corrente produz surpresas. Hoje temos US$ 250 bilhões de reservas. Mas isso é muito relativo. Uma boa parte desaparece em pouco tempo se as condições se desintegram.

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