sexta-feira, janeiro 7

Jornal O Dia em PDF, Sexta, 07 de Janeiro de 2011

Posted by kotonette 13:52, under | No comments

Plano para resgatar alpinista
Família tenta recuperar corpo de montanhista brasileiro que se acidentou na Patagônia - Rio - Parentes do alpinista Bernardo Collares, 46 anos, vão se encontrar hoje com autoridades argentinas para tentar resgatar o escalador, numa das montanhas mais traiçoeiras da Patagônia, no extremo sul do país. O presidente da Federação de Montanhismo do Rio de Janeiro fraturou a bacia ao despencar de uma altura de 20 metros, na última segunda-feira, às 10h, quando iniciava a descida do Monte Fitz Roy, na cidade de El Chaltén, considerado um dos mais difíceis da região. Bernardo, que era mineiro e morava no Rio, tentava pela terceira vez atingir o cume da montanha de 3.375 metros de altitude quando foi surpreendido pela mudança brusca de tempo, com tempestade de neve a poucos metros do topo. Acompanhado da amiga Kika Bradford, o alpinista decidiu adiar mais uma vez o sonho e tomar o caminho de volta ao acampamento. Segundo o ambientalista e amigo André Ilha, Kika desceu pela corda, mas, na vez de Bernardo, o sistema de ancoragem, onde as cordas se prendem, falhou. “A rocha pode ter se partido ou as cordas se desprenderam”, conta.

Bernardo ficou inconsciente após a queda. Kika permaneceu ainda quatro horas ao lado dele. Deixou o saco de dormir, deu-lhe água e comida e só então desceu mais 35 rapéis durante um dia e meio. “As chances de estar vivo são praticamente nulas”, lamenta André Ilha.

Como Kika, Bernardo era considerado um alpinista experiente em escaladas de alto nível de dificuldade. Durante a expedição, ele compartilhou com os amigos de escaladas cada conquista.

O alpinista deixou uma mensagem na qual revelava sua paixão pelo montanhismo: “As montanhas são uma espécie de reino mágico onde, por meio de algum encantamento, eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo”.

‘Tempo tem que melhorar’

O irmão Leandro diz que neste tipo de situação, assim que ocorre o acidente, quem pode fazer para resgatar o corpo são os próprios montanhistas. ‘Tem que ser rápido e os únicos com competência e capacidade são eles”.

Segundo Leandro, existe a possibilidade, mas depende, primordialmente, do tempo. “Se os ventos não diminuírem, é impossível. Com helicóptero tem dois agravantes: eles não têm pilotos especializados neste tipo de resgate (sem pousar) e equipamentos para isto, mas mesmo que tivessem, o tempo não permitiria. Tem que melhorar o tempo para fazer qualquer coisa”, afirmou.

Familiares agradecem a Kika

A família de Bernardo agradeceu a Kika por ter acatado ao pedido dele de descer, do contrário os dois ficariam. “Não teríamos notícias, o que realmente seria muito pior. Eu tenho certeza absoluta que o Bernardo pediu isto a Kika”, diz o irmão Leandro.

Os amigos planejam homenagem a Bernardo no morro da Urca. “Foi uma fatalidade”, emociona-se o amigo Alexandre Diniz. Em 2006, Vitor Negrete morreu no Monte Everest. Em 1998, Mozart Catão, Alexandre Oliveira e Othon Leonardo foram atingidos por avalanche no Monte Aconcágua, no Chile.

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