SÃO PAULO, 6 de janeiro de 2009 - A retração da atividade industrial em novembro mostrou que a crise financeira mundial conseguiu reduzir o ritmo da demanda doméstica, coisa que o Banco Central (BC) não vinha conseguindo fazer por meio da elevação da taxa báscia de juros (Selic). Em novembro, as fábricas produziram 5,2% menos em relação a outubro. Na comparação com igual mês de 2007, a queda foi de 6,2%.Segundo gerente da mesa financeira da Hencorp Commcor Corretora, Rodrigo Nassar, apesar de esperados os números não são bons, o que intensifica as apostas em um corte de juros na próxima reuniao do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 20 e 21 de janeiro. "Dezembro ainda deve ser fraco e janeiro muito pior. O desempenho ruim da indústria deve contribuir para um novo ciclo de cortes na Selic começando por uma redução de 0,5 ponto percentual já na primeira reunião de 2009", prevê.
Atualmente, a Selic está fixada em 13,75% ao ano. Mas a expectativa do mercado é que a taxa alcance 12% ao final de 2009, de acordo com o Boletim Focus divulgado ontem pelo BC.
Já para o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, o desempenho dos últimos 12 meses (+4,8%) confirma a reversão do ciclo à semelhança de 2001, 2003 e 2005. "Agora, entretanto, trata-se do efeito acumulado da política monetária, da crise de crédito e do ajuste às novas condições de demanda externa e doméstica", avalia. (Vanessa Stecanella - InvestNews)
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