terça-feira, janeiro 6

Jornal O Estado de SP em PDF, Terça, 06 de Janeiro de 2009

Posted by kotonette 06:43, under | No comments

Em meio ao avanço dos tanques e soldados israelenses pela Faixa de Gaza, uma missão diplomática da União Europeia chegou ontem ao Oriente Médio para tentar obter um cessar-fogo imediato. Mas Israel resistiu à pressão e recusou conter sua ofensiva.



"Estamos lutando contra o terrorismo e não vamos chegar a um acordo", disse a chanceler israelense, Tzipi Livni, após se reunir com a delegação da União Europeia, liderada pelo chanceler checo, Karel Schwarzenberg, cujo país exerce a presidência semestral do bloco. Segundo Tzipi, Israel agiu para mudar uma situação na qual o "Hamas atacava Israel quando queria e Israel se continha".
"Esta deixará de ser a equação na região. Quando Israel for atacado, Israel responderá."

O Conselho de Segurança da ONU discutirá sobre a situação em Gaza novamente hoje. Países árabes estão elaborando um projeto de resolução para apresentar ao CS, que exige o fim imediato da "agressão israelense" em Gaza.

A ofensiva diplomática foi liderada pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, que, apesar de ter condenado o Hamas, definindo a decisão do movimento de romper a trégua com Israel como "irresponsável e imperdoável", também condenou a invasão terrestre israelense.

O esforço diplomático da Europa, de caráter emergencial, pretende negociar a suspensão imediata dos confrontos e a liberação da ajuda humanitária para a população civil palestina. Em um segundo momento, seria negociada a suspensão prolongada das agressões.

Ontem, as discussões concentraram-se em torno de uma trégua imediata e no envio de observadores internacionais para a região. Javier Solana, representante diplomático da UE, afirmou que os observadores europeus estão prontos para ir para a fronteira entre Gaza e o Egito caso o cessar-fogo seja assinado. Mas a chanceler israelense rejeitou a proposta: "Não vejo no que ela possa ajudar."

Apesar de manter-se firme, o governo de Israel espera em um futuro acordo convencer a comunidade internacional a obrigar o Egito a impedir o fluxo de armas para o Hamas, segundo um relatório obtido pelo jornal The Guardian. Para tanto, as fronteiras seriam controladas pela comunidade internacional e pela Autoridade Palestina (AP). Esse tratado só seria possível com a participação do governo egípcio, da AP e, sobretudo, com o comprometimento do Hamas.

Sarkozy voltou à linha de frente, apesar de não ser mais o presidente do Conselho da UE, ao sentir um vácuo de poder, em meio ao final de mandato do presidente americano, George W. Bush, e com a negativa do presidente eleito Barack Obama em intervir na crise.

Ontem, Bush declarou que um cessar-fogo em Gaza era uma ambição "nobre", mas disse que um acordo precisa garantir que o Hamas não possa continuar disparando foguetes contra Israel. "Eu entendo o desejo de Israel de proteger-se e que a situação atual em Gaza foi causada pelo Hamas", disse Bush. "Em vez de preocupar-se com seu povo, o Hamas decidiu usar Gaza para lançar foguetes e matar israelenses inocentes. E Israel obviamente decidiu proteger-se e a seu povo." As declarações de Bush representam sua primeira reação pública à crise desde que Israel entrou na Faixa de Gaza.

No final da tarde de ontem, Sarkozy encontrou-se com Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, na Cisjordânia. O presidente francês - cujo governo tem feito esforços para aproximar-se de Israel - voltou a condenar a ofensiva terrestre e a obstrução da ajuda humanitária.

Abbas pediu um cessar-fogo "imediato e sem condições" da ofensiva israelense. O líder palestino excluiu a possibilidade de aproveitar a operação de Israel para retomar o poder em Gaza, em caso de uma derrota do Hamas. O grupo controla o território desde junho de 2007, quando expulsou as forças de segurança ligadas à Autoridade Palestina.

Formato: PDF
Tamanho: 12 Mb
Downloads Easyshare
Downloads Bitroad

0 comentários:

Postar um comentário

Tags

Blog Archive