domingo, dezembro 12

Jornal O Dia em PDF, Domingo, 12 de Dezembro de 2010

Posted by kotonette 10:57, under | No comments

'Sem roubo de luz, a conta doméstica pode cair até 17%', diz presidente da Light:
Rio - Ao assumir a presidência da Light, em março, a tarefa de Jerson Kelman não era fácil. Vinda de um verão de blecautes, a empresa acabara de ser multada em R$ 9,5 milhões pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que constatou equipamentos obsoletos e má manutenção. Passados 9 meses, R$ 706 milhões investidos e outros R$ 627 milhões gastos em operação e manutenção, embora não descarte apagões no verão, Kelman diz que a empresa está cumprindo as metas e, em um ano, as condições da rede serão adequadas. Até 2013, UPPs e fim de ‘gatos’ de energia devem reduzir em até 17% a conta de luz, que terá tarifas por horário.

O DIA: — Como a Light está se preparando para o próximo verão?
Jerson Kelman: A Light tem dois tipos de rede, aérea e subterrânea. Os investimentos que precisam ser feitos por conta das tempestades e do verão são diferentes dependendo da rede. A rede aérea atinge maior número de consumidores: 3,5 milhões. A subterrânea atinge meio milhão, mas é onde está o coração da cidade, Centro e Zona Sul, por isso, problemas são mais perceptíveis. Na rede aérea, a principal medida de prevenção é a poda das árvores. Além disso, estamos substituindo a fiação por uma blindada que não causa curto se cair galho. Ano passado, foram 151 mil podas, a meta deste ano é de 300 mil. Além disto, estamos construindo ou ampliando subestações. Em 2009, eram 7, este ano são 16. Ano passado substituímos pouco mais de 5 mil transformadores. Este ano, já passamos de 6.500.

Fazer a manutenção da rede subterrânea é mais complexo?
A subterrânea é muito antiga, concebida nos anos 40. Nessa rede, temos cerca de 4 mil câmaras transformadoras, onde, se entrar água, dá curto. Estava entrando água, porque as pessoas roubavam cabos, boias. Estamos colocando boias de vidro, que são menos atraentes, tranca, e câmeras de monitoramento. Assim como sensores de água e de gás. Na última chuva, num universo de 4 mil câmaras, em apenas 7 entrou água.

E o que vem sendo feito para evitar explosões de bueiros?
No verão, o solo fica saturado de água e o risco de explosão é menor. Fora do verão, o solo não tem água. O perigo é a circulação de gás natural e o metano, que podem entrar em contato com a instalação elétrica. Nós furamos as tampas de alguns bueiros porque, se houver gás, ele sai e não tem explosões. A Light e a CEG (Companhia Estadual de Gás) têm equipes mistas que inspecionam as redes para detectar presença de gás. Em 2009, as equipes fizeram 10 mil inspeções. Este ano foram 12 mil.

Na rede subterrânea, o trabalho executado por uma concessionária pode interferir na rede da outra. Existe projeto de ampliar parcerias minimiza risco?
A rede subterrânea é uma cidade à parte. Existe toda uma estrutura complexa, e as informações não são compartilhadas. Isso gerava conflitos. O prefeito do Rio reuniu todas as concessionárias e sugeriu mapear a estrutura de uso de cada uma, para evitar obras que danifiquem o trabalho da outra empresa. Estas informações irão para um protocolo e serão compartilhadas. Mais para frente, a ideia é coordenar as ações das concessionárias.

Vistoria da Aneel em 2009 na rede da Light constatou problemas de manutenção e falta de investimentos.
A Aneel fez um trabalho correto de fiscalização e notificação. O sistema é antigo e precisava de manutenção. A grande providência que tomamos foi trazer para dentro da Light a responsabilidade da manutenção da rede subterrânea, que antes era um serviço terceirizado. O técnico não pode ser o mesmo da rede aérea. E as empresas terceirizadas acabam misturando o que deve ser muito especializado. Contratamos e capacitamos uma equipe de 200 eletricistas para fazer este trabalho.

No último verão, o Rio sofreu com interrupções no fornecimento de energia. Este verão terá apagões?
Hoje não dá para garantir que não vai ter apagão neste verão. É impossível estar preparado para zero ocorrência com tanta chuva, água e vento. Ano passado, tivemos dois tipos de evento, um nacional, que foi a queda do fornecimento em novembro. Neste caso, a Light não pode fazer nada. Em relação às redes da Light, estamos fazendo tudo o que podemos em prevenção para diminuir as ações corretivas. Se você perguntar se este verão vai ser tudo tranquilo, céu de brigadeiro, vou dizer que não. Ainda não estamos em condições adequadas. A expectativa é de que a frequência será menor do que no verão passado e, quando acontecer, será recuperado mais rapidamente.

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