Revista Veja | 15 de Dezembro 2010 Edição 2195

Homem-Bomba:
Homem-Bomba: Julian Assange do WikiLeaks, o homem dos 250.000 segredos de estado * Numa prévia das guerras digitais no século XXI, os hacktivistas reagem à prisão de Assange lançando uma onda planetária de ataques * Educação: 100 jovens brasileiros nota 10 dão as receitas do sucesso
Tecnologia - O teste dos televisores e muito mais no Especial 3D.
Educação - 100 jovens brasileiros nota 10 dão as receitas do sucesso.

O WikiLeaks – site especializado em divulgar documentos secretos de governos, especialmente dos Estados Unidos – é o assunto predominante do noticiário nas últimas semanas. Revela o poder da informação e, principalmente, o valor da liberdade de expressão, um bem que pode garantir a sobrevivência da sociedade democrática. A diplomacia internacional trata, fechada em quatro paredes, temas que interessam a todos nós globalmente.

Embora os jornais O Globo e a Folha de S. Paulo – que se anuncia como é uma das sete publicações em todo o mundo com acesso a despachos confidenciais antes da sua divulgação pelo WikiLeaks – saiam na frente, em minutos, quase imediatamente, as informações se espalham pela rede mundial de computadores, a Internet.

Sabemos, então, que durante o governo Lula o Brasil cedeu à pressão dos EUA na Lei do Abate – e não se trata de gado, mas de seres humanos.

Despachos da embaixada americana, entre 2004 e 2009, indicam que o governo brasileiro aceitou exigências dos EUA para conseguir a aprovação de Washington à lei que permite o abate de aeronaves suspeitas em território nacional. Os acertos foram feitos de maneira informal para não passarem pelo Congresso nem sugerirem invasão de soberania, segundo O Globo do dia 12 de dezembro. “Em discussão desde o governo Fernando Henrique Cardoso, a Lei do Abate criou polêmica no Brasil, por ser vista como uma espécie de pena de morte para um país onde essa punição inexiste”.

Lida individualmente, a informação acima tem um peso. Associada à notícia publicada pela Folha de S. Paulo, no mesmo dia, ganha outro contorno. “Telegrama secreto da Embaixada dos EUA obtido pelo WikiLeaks aponta o espaço aéreo de Brasília como vulnerável a ataque de terroristas”.

Informações estratégicas da área de Defesa, para o Brasil, ganham mais importância, com as revelações do site – muitas consideradas irrelevantes.

Dia 7, o WikiLeaks divulga possíveis alvos globais do terror, em texto de 2009, assinado pela secretária de Estado Hillary Clinton, dos Estados Unidos. Segundo aFolha, o documento cita cabos de comunicação submarinos com conexões em Fortaleza e Rio e minas em Goiás e Minas Gerais. Os EUA criticaram a divulgação da lista e disseram que ela oferece uma “lista de alvos” a terroristas da Al Qaeda.

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