sábado, janeiro 15

Jornal O Dia em PDF, Sábado, 15 de Janeiro de 2011

Posted by kotonette 01:48, under | No comments

Risco de epidemias é um novo inimigo
Justiça autoriza exumação antes do prazo para dar lugar aos mortos da catástrofe e 70 são enterrados como indigentes para evitar cólera, leptospirose e outras doenças
Rio - Além de sofrer com a perda de parentes, amigos e vizinhos, sobreviventes na Região Serrana agora enfrentam um novo inimigo: o risco de epidemias. Doenças fatais como leptospirose (transmitida pela urina do rato), hepatites A e E, tétano, diarreia e cólera são as mais comuns após catástrofes como a da região. O avançado estado de decomposição dos corpos nos escombros aumenta o risco para os sobreviventes e as equipes de resgate na área.

O sanitarista Paulo Roberto de Almeida Barbosa, da Secretaria Estadual de Saúde, explicou que os corpos em estado de putrefação atraem ratos e insetos transmissores de doença. A situação é tão grave que, para dar lugar aos corpos, a Justiça autorizou a antecipação em um ano da exumação dos corpos enterrados em 2007 no Cemitério Carlinda Berlim, no Vale do Paraíso.

Em Friburgo, 70 corpos foram enterrados ontem como indigentes. São feitas fotos dos cadáveres para possível identificação no futuro.

Para evitar a proliferação de doenças, o Ministério da Saúde liberou R$ 8,7 milhões para Petrópolis (R$ 4,7
milhões), Nova Friburgo (R$ 2,1 milhões) e Teresópolis (R$ 1,9 milhão).

O ministério já havia enviado sete toneladas de medicamentos e insumos para as áreas afetadas, além de 5 mil panfletos com orientações de prevenção às doenças. De manhã, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, doou sangue no Hemorio (Rua Frei Caneca 8, Centro) para as vítimas das chuvas.

Hoje, o instituto deverá alcançar a histórica marca de mais de 3 mil bolsas de sangue — cada uma com 450 ml — coletadas em apenas três dias. Amanhã, 500 taxistas farão doações. Além das secretarias municipais, a Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil iniciou ações para tentar impedir um caos ainda maior. Uma equipe da Subsecretaria de Vigilância em Saúde está atuando diretamente nas comunidades afetadas. A missão do grupo, que conta com sanitaristas e infectologistas, é alertar sobre os cuidados a serem tomados.

Microbiologista alerta para sintomas de doenças

Para diminuir o risco de contaminação, os moradores devem tentar a todo custo não ter contato com águas de enchente nem com lama. Mas, caso isso tenha sido inevitável — como aconteceu com a maioria das vítimas — algumas providências devem ser tomadas urgentemente.

“Deve-se lavar bem o corpo com água tratada e sabão e higienizar o local atingido da casa com álcool 70%”, ensina Ilana Balassiano, do Laboratório de Zoonoses Bacterianas da Fiocruz, que recomenda que as pessoas procurem ajuda médica o mais rápido possível, assim que sentirem algum tipo de sintoma.

A leptospirose é transmitida pela urina do rato e causa febre alta, dores musculares (sobretudo, nas batatas das pernas) e mal-estar intenso. A incubação pode chegar a 30 dias.

Doenças gastrointestinais e viroses, como diarreia, náuseas e vômito, aparecem em decorrência do contato com fezes humanas e de animais. O tétano, cuja bactéria entra por meio de ferimentos, pode ser prevenido com vacina.
Já a hepatite A causa febre, dor abdominal, fezes claras, urina escura, pele amarelada e mal-estar. Também há vacina para prevenir a doença.

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