A bagunça e o descaso são tantos que bastou R$ 1 para conseguir ocupar ilegalmente o espaço público. Com esse valor, é possível comprar uma caixa de papelão com suporte e montar uma banca na Rua 25 de Março. Foi assim que duas repórteres do Jornal da Tarde tornaram-se ambulantes por dois dias na rua de comércio popular mais movimentada do País.ideia era observar como o comércio ilegal é fiscalizado. Como vendedoras de brincos, constataram o que lojistas dizem há tempos - a 25 de Março está fora do controle do poder público.
Qualquer pessoa pode vender o que quiser. Produtos falsificados estão ao alcance e à vista de todos. É fácil perceber a encenação de um teatro diário: os guardas-civis metropolitanos fazem de conta que coíbem os marreteiros, que fingem correr do rapa. Na verdade, ninguém foge. Nem precisa. Os ambulantes apenas recolhem momentaneamente as mercadorias enquanto a GCM passa. E, no instante seguinte, as expõem novamente. É assim o dia todo.
Com 56 brincos comprados com nota fiscal em uma loja na Ladeira Porto Geral, as repórteres foram para a Rua 25 de Março perto da Travessa Lucrécia Leme, onde ficam a base da GCM e o ônibus supostamente utilizado para guardar produtos apreendidos.
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