sexta-feira, maio 8

Jornal O Estado de SP em PDF, Quarta, 06 de Maio de 2009

Posted by kotonette 08:50, under | No comments

Um dia depois de o dólar cair ao menor valor desde novembro de 2008, o Banco Central (BC) surpreendeu analistas de mercado ao voltar a comprar a moeda americana ontem. Em um único leilão, comprou US$ 3,4 bilhões. Essa atuação expressiva revirou o mercado, que operava em queda, mudou de rumo e fechou em alta de 1,03%, a R$ 2,148. O BC não fazia esse tipo de operação desde setembro de 2008, mês do agravamento da crise.

A ação de ontem foi feita com o chamado swap cambial reverso, instrumento financeiro que equivale à compra de dólares no mercado futuro. Esse retorno às compras foi explicado pelo BC como uma decisão provocada por "alterações nas condições de fluxo prevalentes no mercado nas últimas semanas". De fato, indicadores sinalizam a volta dos dólares ao Brasil. Em abril, o comércio exterior, por exemplo, foi responsável pelo ingresso de US$ 3,71 bilhões.

Ao mesmo tempo, mais investidores têm trazido seus recursos para comprar ações e títulos de dívida no País. No mês passado, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou entrada de mais de US$ 1,6 bilhão em aplicações de estrangeiros. O ingresso desses dólares eleva a oferta da moeda no Brasil e derruba as cotações. Esse cenário não lembra em nada a fuga de recursos causada pela crise no fim de 2008.

Além da entrada de dólares, também chama a atenção a forte alteração na posição dos investidores no câmbio futuro. Há alguns dias, prevalecia a estratégia de permanecer "comprado" na moeda, na crença de que a cotação do dólar deve subir.

Nos últimos dias, porém, o quadro tem mudado rapidamente, com prevalência da posição "vendida", o que indica a aposta na queda do preço da moeda estrangeira.

Em meio à reviravolta do mercado, a autoridade monetária reafirmou que a ação não cria um piso para as cotações. "O BC reafirma mais uma vez que não trabalha com piso, teto ou qualquer meta para a taxa de câmbio", informou a assessoria de imprensa. "O regime de câmbio no Brasil é flutuante."

O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, avalia que a atuação mostra que o BC não está distante do mercado e a instituição está atenta à preocupação dos exportadores. "O BC parece ter se sensibilizado de que o câmbio precisa estar acima de R$ 2, numa faixa de R$ 2,15 a R$ 2,20, para garantir resultado adequado aos exportadores", diz o economista, que não descarta o retorno das compras de dólares no mercado à vista.

"Parece que o BC se surpreendeu com a velocidade de queda do dólar. Com essa ação, ele tenta suavizar o movimento", diz o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto. Porém, ele discorda da criação de um nível para o dólar. "A experiência mostra que é muito difícil impor alguma cotação."

Formato: PDF
Tamanho: 17.5 Mb
Download Easyshare
Download Ziddu


0 comentários:

Postar um comentário

Tags

Blog Archive